Floripa é aquele tipo de lugar em que você começa o dia de chinelo e termina achando que virou trilheiro profissional.
A cidade é um prato cheio pra quem curte caminhar com vista pro mar, sentir a brisa salgada no rosto e, de quebra, ainda dar um mergulho no fim da trilha. Algumas das melhores rotas da ilha têm esse combo mágico: natureza, mirante e uma praia de cinema no início, meio ou fim.
Então se você é do tipo que curte suar com estilo — ou só quer uma boa desculpa pra justificar a segunda porção de açaí — vem comigo que eu te mostro as trilhas que realmente valem o esforço.
Trilha da Lagoinha do Leste — A queridinha dos aventureiros
Essa é quase um rito de passagem pra quem se diz trilheiro em Floripa. A Lagoinha do Leste é uma das praias mais isoladas (e lindas!) da ilha. A trilha pode ser feita por dois caminhos: partindo do Pântano do Sul (mais puxada) ou do Morro das Pedras (mais suave, mas mais longa). Ambas entregam vistas estonteantes e aquela sensação de “caraca, eu tô vivo!”.
A recompensa é uma praia selvagem, sem estrutura, onde o celular perde sinal e o mundo parece que desacelera. Dá pra acampar, mas atenção: leve tudo de volta com você — inclusive o lixo.
Dificuldade: Moderada a difícil
Duração média: 1h30 a 2h30
Extra: O topo do Morro da Coroa tem uma vista imperdível da praia e da lagoa.
Trilha da Praia do Gravatá — Pequena, charmosa e secreta
Essa é pra quem curte algo mais tranquilo, mas ainda quer se sentir “fora da rota turística”. A trilha começa no bairro da Barra da Lagoa e leva até uma pequena praia escondida entre morros: o Gravatá. O caminho é cercado por mata e costões, com direito a mirantes naturais que rendem cliques dignos de wallpaper.
Ideal pra um passeio no fim de tarde ou pra fugir da muvuca em dias de calor. E o melhor: quase ninguém conhece.
Dificuldade: Fácil
Duração média: 30 a 40 minutos
Extra: Leve água e lanche, não há nenhuma estrutura por lá.
Trilha da Praia do Saquinho — Rústica e cinematográfica
A Praia do Saquinho parece saída de uma novela das seis. Começa na Caieira da Barra do Sul, um vilarejo tranquilo ao sul da ilha, e o trajeto passa por antigas casas de pescadores, pedras enormes e vegetação densa. O mar, lá no final, costuma ser revolto e não indicado para banho — mas o visual compensa.
No caminho, o som das ondas batendo nos costões acompanha cada passo, e às vezes rola até um show exclusivo de golfinhos no horizonte.
Dificuldade: Fácil a moderada
Duração média: 1h
Extra: Ideal pra quem quer conhecer um lado mais raiz da ilha.
Trilha da Galheta — Naturalmente imperdível
A Galheta é uma das poucas praias de naturismo do Brasil (sim, você leu certo), mas não precisa tirar a roupa se não quiser, tá? A trilha começa no canto esquerdo da Praia Mole e é curtinha. Em poucos minutos, você já está num paraíso escondido, cercado por morros e com um mar azul intenso.
O acesso é fácil, mas como a praia não tem nenhuma estrutura, vale se planejar. E fique tranquilo: o clima por lá é sempre respeitoso, mesmo entre os adeptos do “ao natural”.
Dificuldade: Fácil
Duração média: 20 minutos
Extra: Se quiser estender o passeio, dá pra ir caminhando até a Praia da Barra da Lagoa.
Trilha do Morro das Aranhas — O mirante dos mirantes
Essa trilha conecta a Praia do Santinho à Praia do Moçambique, e é pra quem gosta de ver o mundo lá de cima. O ponto alto (literalmente) é o mirante no topo do Morro das Aranhas, de onde se vê boa parte do leste da ilha.
O caminho é bem sinalizado, com trechos de mata fechada e outros de costão rochoso. No fim da trilha, você chega ao Moçambique — a maior praia de Floripa, quase sempre deserta, com espaço de sobra pra esticar a toalha sem ninguém por perto.
Dificuldade: Moderada
Duração média: 1h30
Extra: Ideal pra quem quer unir mirante + trilha + praia em um rolê só.
As trilhas são só mais uma forma de se apaixonar por Florianópolis. Se você curte esse lado mais desbravador da ilha, talvez também vá curtir este outro post: Transporte em Floripa: Dá pra se virar sem alugar carro?
Dicas pra não transformar a trilha em perrengue
- Use tênis confortável, nada de ir de chinelo estilo “vou ali comprar pão”.
- Leve água, lanche e saco pro lixo.
- Protetor solar e repelente são itens obrigatórios.
- Algumas trilhas não têm sinal de celular — avise alguém antes de ir.
- E, por favor, não leve caixinha de som. A natureza já tem trilha sonora própria.
Além do básico, tem uns itens que parecem bobos — até o momento em que você precisa deles. Confere essa listinha de ouro pra trilheiro prevenido:
- Apito: pode parecer exagero, mas é essencial em situações de emergência. Muito mais eficiente do que gritar (e não gasta voz).
- Kit básico de primeiros socorros: um cortezinho num galho ou bolha no pé podem azedar a caminhada. Leve band-aid, antisséptico e uns curativos.
- Papel higiênico: você vai agradecer por ter lido essa dica quando estiver no meio da mata e o “chamado da natureza” vier. 😅
- Garrafa térmica: água geladinha faz uma diferença absurda, especialmente depois de encarar uma subida sob o sol.
Levar esses itens pode parecer exagero, mas trilha boa é trilha segura. E ninguém quer lembrar de Floripa como o lugar onde ficou sem papel no mato, né?
Se você chegou até aqui, já deve ter sentido: Floripa é linda na superfície, mas é nas trilhas que ela revela seus segredos. Preparado pra encarar o próximo caminho?
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