Floripa tem mais de 40 praias catalogadas — e outras tantas que não aparecem no mapa. Algumas delas você só encontra depois de suar um pouco, subir morro, descer pedra e duvidar por alguns minutos se está no caminho certo. Spoiler: está. Porque no fim da trilha, sempre tem mar.
Essas praias escondidas de Florianópolis são perfeitas pra quem curte fugir do óbvio, caminhar com mochila leve e encontrar o paraíso sem sinal de celular (e sem som automotivo, amém). Se você procura natureza, silêncio e um cantinho só seu, pode guardar essa lista com carinho.
Praia do Gravatá – A favorita dos iniciados
Pequena, charmosa e rodeada por costões verdes, a Praia do Gravatá é o tipo de lugar que parece ter sido projetado por quem entende de esconderijo. A trilha começa na estrada que liga a Barra da Lagoa à Praia Mole, tem cerca de 30 minutos de caminhada e é relativamente leve.
O caminho passa por matas e campos abertos, com direito a vista panorâmica do mar. Chegando lá, prepare-se para uma faixa de areia pequena, ondas tranquilas e quase ninguém por perto. Leve água, lanche e tudo o que for usar — o Gravatá não tem estrutura nenhuma, e é justamente isso que faz dele tão especial.
Lagoinha do Leste – O clássico (com emoção)
Talvez a praia mais icônica entre as escondidas. Lagoinha do Leste já foi segredo um dia, mas hoje é conhecida dos trilheiros e aventureiros. Mesmo assim, por causa da dificuldade de acesso, ela continua sendo um paraíso relativamente isolado.
A trilha pode começar no Pântano do Sul (mais curta, porém íngreme) ou na Armação (mais longa e suave). Ambas têm cerca de 1h30 de caminhada e entregam paisagens de tirar o fôlego — tanto pelo visual quanto pelo esforço. Ao chegar, você encontra uma praia selvagem, com rio, lagoa, dunas e, se quiser, até lugar pra acampar.
Dica bônus: suba até o Morro da Coroa se quiser uma das vistas mais absurdas da ilha.
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Praia do Saquinho – Isolada e cinematográfica
Saindo do Pântano do Sul e seguindo à esquerda pela costa, você encontra a trilha do Saquinho, que leva a uma praia simples, rústica e cheia de história. Ali moram algumas famílias tradicionais, e a vibe é total “fim de mundo”.
A caminhada dura cerca de 1h, com subidas e descidas moderadas. O mar é agitado, a praia é de tombo e não tem muita faixa de areia — mas tem pedras enormes, mato fechado e aquela sensação gostosa de estar bem longe do barulho.
Ah, e os golfinhos às vezes dão o ar da graça.
Praia de Naufragados – Onde o passado encontra o mar
No extremo sul da ilha, você encontra uma trilha plana e cercada de mata atlântica que leva até a Praia de Naufragados. A caminhada começa no Caieira da Barra do Sul e leva cerca de 40 minutos — ideal pra iniciantes que querem sentir o gostinho de uma aventura sem grandes esforços.
A praia é larga, com areia grossa e mar aberto. Não costuma ficar cheia, mesmo em alta temporada. Do lado direito, o antigo Farol de Naufragados rende fotos incríveis, e do lado esquerdo há ruínas de um engenho do século XIX.
Ali você sente que a história e a natureza vivem em paz. E tudo isso a poucos passos de uma boa trilha.
Praia da Galheta – Nem tão secreta, mas ainda especial
Se a ideia é se desconectar, mas você não quer caminhar horas nem levar bússola, a Praia da Galheta é uma opção na medida. O acesso se dá pelo canto esquerdo da Praia Mole, por uma trilha curta (cerca de 15 minutos) com paisagem lindíssima.
A Galheta é oficialmente uma praia de naturismo, mas é frequentada por todo tipo de público. O que todos têm em comum? O respeito e a vontade de estar em um lugar onde o som do mar é mais alto que qualquer conversa.
A praia tem mar forte, costões e muito espaço. Mesmo na temporada, você consegue achar seu próprio canto e se sentir fora do mundo — ainda que a cidade esteja ali do outro lado do morro.
Curtindo o Paraíso
Floripa é cheia de cartões-postais. Mas é nas trilhas, nos costões e nas praias escondidas que ela revela sua alma de verdade. São lugares onde você chega com esforço, mas sai com o coração mais leve e a mente em modo avião.
Então se você busca silêncio, mar e caminhada, põe o tênis, pega a garrafa de água… e vai. O paraíso tá logo ali — e às vezes, só chega quem topa sair do caminho fácil.